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E agora largue a sua consciência.

Explica António Damásio que sem a consciência, ou seja, sem uma mente dotada de subjetividade, não podíamos saber que existimos, e muito menos quem somos e aquilo em que pensamos.
E se de repente “largássemos” a nossa consciência aí num banco de jardim, para alguém a quem lhe faça falta possa simplesmente a “agarrar” e utilizar por uns tempos? Será que caberia? Poderão as consciências saltar de um ser para o outro sem interferir?
E se fosse possível refrescar (e até acho que é) as consciências que nos acompanham abrindo espaço para uma nova forma de sabermos quem somos e aquilo que pensamos?
A consciência é talvez a ajuda mais complexa que a mente nos permite, tornando-a por vezes até contraditória. E ter esta consciência é parte de uma investigação que não tem fim.
A verdade é que, quando falamos de verdade, estamos a falar de consciência. Quando falamos de autenticidade estamos a falar de consciência. Igual para honestidade, intimidade, e tudo o que implique uma relação connosco próprios.
Já imaginou alguém aceder a uma consciência claramente deturpadora daquilo que nos é mais íntimo no processo do pensamento e da mente? Só cada um de nós, com intenção clara de saber mais, é que acede a essa clareza do que realmente está a acontecer dentro de nós, e num determinado momento.
Falamos sim de escolher. Escolher saber e clarificar permitindo que a relação seja exatamente o que é e não apenas o que as minhas crenças, hábitos e mitos me fazem acreditar que possa ser.
Não seria tudo mais simples?